quinta-feira, 23 de abril de 2009

Modificações no papel do Estado

EXERCÍCIO: Recolha informação sobre a economia chinesa e sobre a influência da economia chinesa no mundo. Para o efeito trabalhe em grupo e consulte:
Os jornais e as revistas sobre temas económicos;
O site do Banco de Portugal;
Organize a informação, ordene-a por assuntos e por períodos de publicação;
Elabore sínteses sobre a informação organizada;
Divulgue-a aos outros grupos da turma.
Modificações no papel do Estado
O moderno crescimento económico, provocou a modificação do papel do estado. O Estado passou a intensificar a sua intervenção na economia criando um Estado social que protege o indivíduo nas mais variadas situações, desde o nascimento ao desemprego e à velhice. O Estado passou a intervir para combater crises como o desemprego ou a inflação. Estas mudanças contribuíram para o aumento d peso das despesas públicas no conjunto do produto do país.
O moderno crescimento económico proporcionou o aparecimento de dois modelos de organização económica: as economias de mercado e as economias de direcção central.
Nas economias de mercado existe a propriedade privada nos meios de produção e compete à iniciativa privada criar e expandir a capacidade de produção das empresas. Os produtores e os consumidores encontram-se no mercado e definem os preços e as quantidades a transaccionar dos diferentes bens. O Estado intervém na actividade económica como incentivador do crescimento económico que é a da competência da iniciativa privada.
Nas economias de direcção central não existe propriedade privada nos meios de produção, o Estado é o proprietário dos mesmos e compete-lhe criar e expandir a capacidade de produção das empresas. Os preços e as quantidades a produzir de cada bem são definidos pelo plano. As unidades de produção tornam-se executoras das decisões tomadas centralmente através do plano.
Os dois tipos de organizações da economia apresentam vantagens e inconvenientes, mas a História recente da Humanidade reduziu a aplicação do modelo de economias de direcção central. O desmembramento da URSS, a reorganização política e económica das sociedades da ex-Europa de Leste contribuíram para a perda de importância das economias de direcção central. Desta forma, assiste-se nos últimos anos à ascensão do mercado como forma de organização das sociedades e aquela que mais contribuiu para a melhoria das condições de vida das populações.
Pequenas e médias empresas
Nas economias de mercado as pequenas e médias empresas, PME, assumem um papel importante na dinamização do crescimento económico.
A crescente contribuição das PME está associada ao fenómeno da subcontratação e da adjudicação de partes do processo produtivo pelas empresas multinacionais ou pelas empresas transnacionais. Igualmente, as PME realizam serviços de limpeza, de fornecimento da alimentação nas cantinas e de tipografia para outras empresas. Na Suécia, dois terços das PME das indústrias metálica e da engenharia operam como subcontratadas de empresas de grande dimensão.
Alguns autores defendem que as PME hoje, perante um mundo onde dominam as novas tecnologias da informação e da comunicação e cada vez mais mundialização, estão mais aptas a responder às exigências do mercado porque dispõem:
De maior flexibilidade e maior capacidade de adaptação às diferentes exigências do mercado;
De maior capacidade de reestruturação dos seus processos e de organização;
De maior competitividade devido a uma organização mais flexível.
As PME representam um forte contributo para o crescimento dos países quer ao nível da capacidade de produção quer para o crescimento das exportações.
Nível de vida
O crescimento económico provoca a melhoria sustentada do nível de vida das populações. À medida que o país aumenta a capacidade de criar riqueza através do processo produtivo, assim vão melhorando as condições de vida das populações. Esta melhoria é avaliada através do grau de satisfação das necessidades da população. Para se poder medir o grau de satisfação das necessidades pode-se utilizar um conjunto de indicadores relativos a diferentes necessidades (alimentação, vestuário, educação, habitação, saúde, lazer, …) ou pode-se recorrer ao valor do consumo per capita.
Assim utiliza-se como medida do nível de vida o consumo per capita pelo facto de ser apenas um indicador que representa o consumo privado por habitante, em comparação com o uso de vários e com a dificuldade em decidir quais deles, no conjunto dos indicadores económicos, demográficos e socioculturais, são os melhores.
A utilização do indicador consumo per capita, para avaliar o nível de vida de um país coloca alguns problemas, nomeadamente: na comparação entre países em que os níveis de preços são diferentes, na comparação entre países com diferentes unidades monetárias e nas diferenças de hábitos e de costumes, sobretudo alimentares, entre países.
Utiliza-se o consumo per capita expresso em paridade de poder de compra como forma de ultrapassar as diferenças de preços e de valores das diferentes unidades monetárias. No entanto, em relação às diferenças de hábitos e de costumes entre sociedades, estas diferenças continuam a existir quando comparamos países onde os padrões culturais são distintos, daí a necessidade de se conhecer um pouco da realidade sociocultural de cada país quando se faz comparações sobre o nível de vida das populações.
A observação do quadro abaixo representado permite concluir que o PIB português registou no período considerado, taxas de crescimento superiores ao crescimento verificado no consumo por habitante. A única excepção a esta regra ocorreu entre 1991 e 1993. Neste período, o consumo cresceu à taxa média de 3,2 %, enquanto o PIB cresceu de forma mais moderada, apenas 1,2 %.
Fonte: Comissão Europeia, in Economia Europeia.
Taxas de crescimento do PIB e do Consumo privado para Portugal
Rubricas em percentagens 1986-90 1991-93 1994-99
Taxa de crescimento anual PIB per capita 5,5 1,2 3,1
Taxa de crescimento anual do consumo per capita 5,2 3,2 2,9

Estes dados, conjugados com os valores do seguinte quadro, (Fonte: Comissão Europeia, in Economia Europeia) permitem:
Taxa de crescimento anual do PIB e do consumo privado para EU (15)
Rubricas em % 1986/90 1991/93 1994/99
PIB per capita 3,3 0,7 2,4
Consumo per capita 3,7 1,3 2,2
Afirmar que Portugal, apesar de ter registado crescimentos anuais mais elevados do que a União Europeia, continua a apresentar um nível de vida inferior à média da União e inferior ao registado por outras economias menos desenvolvidas da União Europeia como o caso da Grécia, da Espanha e da Irlanda.
Nota: consultar o Relatório do Banco de Portugal para obter estes dados.
O consumo é também um indicador de desenvolvimento, na medida em que permite compreender as mudanças na estrutura dos gastos das famílias de um país. O aumento do rendimento por habitante leva à perda de peso dos bens alimentares no conjunto das despesas das famílias e ao aumento do peso dos gastos em lazer e distracção. Esta relação entre determinados gastos e o valor total das despesas das famílias é designada por Lei de Engel.
Em Portugal, tem-se assistido nos últimos tempos à redução do peso da alimentação no conjunto das despesas de consumo. No entanto, os valores obtidos pela alimentação ainda são superiores aos registados noutros países da União Europeia, traduzindo menor bem-estar na nossa sociedade comparativamente com as outras.
Nota: consultar o Relatório do Banco de Portugal para obter estes dados.

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