sábado, 14 de março de 2009

Fontes de Crescimento Económico

O crescimento ocorrerá sempre que exista aumento na quantidade de trabalhadores utilizados no processo produtivo?
Para se poder responder a estas e a outras questões deve-se começar por identificar as fontes do crescimento económico. Convém, no entanto, esclarecer que não há uma receita para o crescimento. Algumas constantes são identificadas nos diversos estudos elaborados, o que permite falar nas fontes de crescimento económico, mas tal facto não invalida que a aposta em determinada estratégia, por parte de um país, possibilite o seu rápido crescimento, enquanto noutro a mesma estratégia conduza ao fracasso. Nem sempre a mesma origem/fonte conduz aos mesmos efeitos.
Assim, no processo de crescimento económico pode-se começar por identificar como fontes de crescimento económico:
O aumento da dimensão dos mercados (interno e externo);
O investimento em capital (físico e humano);
O progresso técnico.
Fontes de crescimento económico
Estudar a forma como a dimensão do mercado contribui para desencadear o crescimento ou para acelerar o crescimento económico.
Aumento da dimensão dos mercados (interno e externo)
A fonte de crescimento designada por aumento da dimensão dos mercados (interno e externo) procura estabelecer a relação entre a capacidade de aquisição/compra dos residentes do país e dos residentes do Resto do Mundo e o crescimento económico.
Para um país registar aumento da capacidade de produção (desprezando a necessidade de financiamento/investimento) necessita de:
Através do maior poder de compra de cada um dos seus habitantes;
Aumentar a procura gerada no exterior; através do aumento da procura do Resto do Mundo.
Será o crescimento populacional um dos factores responsáveis pelo crescimento económico? Um país com maior crescimento populacional terá mais crescimento económico?
Os dados disponíveis apontam para uma resposta negativa. Os países da Europa Ocidental e dos EUA têm registado, nos últimos anos, taxas de crescimento da população de 1 % ao ano e apresentaram taxas de crescimento do produto, entre 1990/2002, de 2 % ao ano, enquanto a população africana cresceu à taxa de 3 % ao ano (em cada vinte e três anos duplicou a população), apresentando taxas de crescimento reduzidas e nalguns casos negativas.
Actualmente é consensual, entre os estudiosos do crescimento económico, que a redução do ritmo de crescimento populacional é necessária para os países em desenvolvimento aumentarem/melhorarem as condições de vida das populações. Esta ideia é confirmada através da evolução registada pelas economias chinesa e indiana, que registaram, entre 1990/2002, respectivamente, taxas de crescimento do produto per capita de 8,6 % e 4 % e um crescimento populacional de 1,2 % e 1,9 % entre 1975/2002.
No entanto, existem situações de excepção. Moçambique, Etiópia e Uganda são alguns exemplos de países com elevado crescimento populacional e elevado crescimento económico. Vários podem ser os factores explicativos da situação:
Maior estabilidade política, o fim dos conflitos em Moçambique e na Etiópia;
Maior e mais eficaz ajuda internacional;
Maior abertura destas economias ao exterior.
Atendendo aos seguintes quadros:
1 - Taxa de crescimento do PIB pc (Fonte: PNUD 2004)
Países 1990/2002
EUA 2,0
Noruega 3,0
Suécia 2,0
Holanda 2,2
China 8,6
Índia 4,0
Moçambique 4,5
Etiópia 2,3
Uganda 3,9

2 – Taxa de Fertilidade Total (nascimentos por mulher) (Fonte: PNUD 2007/8)

Países 2000/2005
EUA 2,0
Noruega 1,8
Suécia 1,7
Holanda 1,7
China 1,7
Índia 3,1
Moçambique 5,5
Etiópia 5,8
Uganda 6,7

Explique de que forma o crescimento populacional nos países em vias de desenvolvimento contribui para limitar o seu crescimento económico.
Sabe-se que nem sempre o crescimento populacional provoca aumento na produção: a falta de investimento e o reduzido poder de compra dos indivíduos podem explicar o baixo nível de produção em resposta ao aumento populacional.
Assim, como factor desencadeador do aumento da produção restará a procura externa. Uma das razões explicativas para o facto de certos países conseguirem conciliar o crescimento económico com o aumento populacional é a maior abertura da economia ao exterior.
Esta pode traduzir-se na resposta à maior procura externa e/ou na resposta ao maior afluxo de investimento externo. Na maior parte das economias os dois aspectos ocorrem em simultâneo: o investimento externo permite aos países aumentarem a capacidade de produção e aumentarem as exportações de bens, satisfazendo, desta forma, o aumento da procura externa.
O país recebedor do investimento externo pode melhorar a sua tecnologia, aumentar a produtividade do trabalhador, incentivar aumentos salariais e gerar aumentos na capacidade de aquisição das populações. Mas o investimento externo não apresenta só vantagens, contribui para acentuar a dependência financeira, comercial e tecnológica do país perante o Resto do Mundo.
Investimento em capital (físico e humano)
O investimento em capital físico e humano é uma das fontes do crescimento económico. O investimento em capital representa o aumento da quantidade de bens de produção (máquinas, utensílios, conhecimentos, etc.) à disposição dos processos produtivos nas empresas.
O conceito de investimento em capital comporta o capital físico e o capital humano. O investimento em capital físico corresponde à aplicação de recursos na aquisição de equipamentos, de viaturas, de processos de fabrico e de infra-estruturas como os armazéns utilizados na produção de bens e/ou na prestação de serviços.
A aplicação dos recursos/poupanças na aquisição ou na melhoria do capital físico conduz ao aumento da capacidade de produção das empresas ou do país. No entanto, se aumentarem sucessivamente a quantidade utilizada de capital físico, constata-se um aumento decrescente na produção, o que significa que a acumulação de capital físico só por si não garante o crescimento contínuo/sustentado do produto do país. Para melhor compreender essa realidade, utiliza-se o seguinte exemplo de uma empresa, o qual se pode generalizar a um país:
Admita que vai construir um gabinete de apoio jurídico e que vai contratar cinco trabalhadores, dispondo de duas salas amplas onde coloca cinco secretárias, dois telefones e um computador.
Inicialmente, a capacidade de produção é de apenas um cliente por mês, pois grande parte do trabalho é realizado manualmente. Posteriormente, os proprietários do gabinete de apoio jurídico decidem adquirir mais dois computadores e o gabinete passou a atender mais cinco clientes por mês. Como o negócio “vai bem” (receitas superiores às despesas), decidem proceder a mais um investimento e compram mais dois computadores. Na sequência deste investimento, o gabinete de contabilidade passou a atender mais oito clientes por mês. Os proprietários, entusiasmados com o sucesso dos sucessivos investimentos realizados, decidiram adquirir mais dois computadores, mas ficaram desiludidos, pois o ganho obtido foi de um cliente (ver tabela abaixo).
Do exemplo apresentado constata-se que: o aumento do capital físico correspondeu, inicialmente, a ganhos na capacidade de produção, mas posteriormente estes tornam-se decrescentes, porque deixou de existir equilíbrio entre dois factores utilizados: o trabalho e o capital.
Cada trabalhador só pode manusear um computador de cada vez. Assim, a relação óptima de utilização de computadores por trabalhador será de um para um. Dito de outra forma, a produtividade marginal do capital comporta-se de acordo com a Lei dos Rendimentos Decrescentes que se enuncia: que não é possível continuar indefinidamente a investir só num dos factores de produção, se tiver por objectivo permitir o crescimento cada vez maior do produto do país.
A Lei dos Rendimentos Decrescentes pode aplicar-se aos factores – capital ou trabalho.
Produtividade Marginal do Capital = Aumento na produção/Aumento no Número de Computadores
Produtividade Marginal Capital 1 Cliente / 1 Computador
1 Cliente por Computador
Produtividade Marginal Capital 5 Clientes / 2 Computadores
2,5 Clientes por Computador
Produtividade Marginal Capital 8 Clientes / 2 Computadores
4 Clientes por Computador
Produtividade Marginal Capital ½ Clientes / Computador por trabalhador

Resulta da Lei dos Rendimentos Decrescentes que seja necessário investir sempre em capital físico para se registar crescimento económico. É portanto necessário investir em capital, mas há que ter em conta que esse investimento não gera sempre o mesmo aumento no produto. Outra situação em que não há a mesma resposta no crescimento do PIB por habitante é aquela que ocorre quando se está perante dois países com níveis de bem-estar diferentes, mas que realizam o mesmo nível de investimento em percentagem do PIB.
Exercício: explique por que razão ou razões o investimento em capital físico não permite o crescimento sustentado de um país.
Efeitos de alcance de uma política de controlo percentual do PIB destinado ao investimento
As economias com menores quantidades de capital atingem, uma vez realizado algum investimento, taxas de crescimento do produto maiores do que as economias melhor dotadas de capital físico e humano à partida;
As economias com menores quantidades de capital inicial, apesar de registarem maiores taxas de crescimento, continuam a ter produções por habitante inferiores às economias melhor dotadas de capital.
O investimento em capital humano representa a aplicação de recursos na melhoria dos conhecimentos e das qualificações que os trabalhadores adquirem mediante a educação e a experiência profissional.
O crescimento da população de um país pode contribuir para acelerar o crescimento económico, mas só por si não é suficiente, é necessário o investimento na formação individual (melhorias na qualificação do trabalhador). Assim, a redução do analfabetismo, a melhoria nas condições de acesso à saúde, a melhoria na capacidade de trabalhar com computadores e na disciplina do trabalhador, etc. provocam maior crescimento no produto se forem acompanhadas de alterações no capital físico, caso contrário ter-se-á, tal como em relação ao capital físico, rendimentos decrescentes e taxas anuais de crescimento económico cada vez menores.

domingo, 8 de março de 2009

Limitações dos indicadores (PNUD Relatório 2007/8)

Limitações dos indicadores
Dada a complexidade da realidade social, os indicadores, apesar de constituírem um instrumento de trabalho, são sempre imperfeitos e insuficientes, pois não conseguem traduzir a totalidade da realidade social.
Em termos quantitativos, é relativamente simples encontrarmos algumas respostas como a medição do Produto Nacional ou mesmo do Rendimento Nacional per capita. Mas quando passamos à análise qualitativa, as questões levantam-se com maior incidência. Poderemos questionar a validade do indicador RN per capita, qual o seu significado? O que traduz ele? E como medir, por exemplo, a realização dos direitos humanos?
Outro conjunto de questões que se pode levantar na utilização dos indicadores diz respeito à recolha dos dados estatísticos. Nos países menos desenvolvidos a informação estatística é por vezes deficiente, dadas as dificuldades na recolha dos dados ou mesmo no seu tratamento.
O PIB per capita é um indicador habitualmente utilizado para estabelecer comparações internacionais em termos de bem-estar das populações. No entanto, apresenta grandes limitações, já que:
Sendo uma média, nada nos diz sobre a forma como a riqueza é distribuída pela população, diluindo as desigualdades económicas e consequentemente as desigualdades sociais;
Não contabiliza o peso da economia informal, tal como o trabalho doméstico, o trabalho infantil, a produção destinada ao auto consumo ou ainda as operações que escapam ao controlo das autoridades, como o contrabando ou o tráfico ilícito de bens, serviços e capitais;
Em termos de comparações internacionais, utiliza-se em geral como unidade o dólar americano, não se tomando em conta a diferença de preços entre os países. Para responder a este problema introduziu-se o corrector dólares PPC (Paridade do Poder de Compra), que nos permite saber o que é possível comprar com 1 dólar em cada país e proceder a comparações entre países através do poder de compra expresso pelo PIB.
Apesar de o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) ser um indicador composto e poder ultrapassar algumas limitações apresentadas pelos indicadores simples, mostra-se ainda imperfeito e insuficiente na medição de situações complexas como o desenvolvimento humano, pois este é muito mais vasto, rico e profundo do que é possível transmitir através de um indicador.
Uma das críticas usualmente feitas ao IDH refere-se ao número limitado de indicadores simples que o compõe, não conseguindo assim traduzir a complexidade do desenvolvimento humano.
Um segundo aspecto prende-se com a taxa de alfabetização de adultos, considerada como representativa do nível de conhecimento de uma população. Mas um país pode estar a realizar um forte investimento na escolarização das suas crianças e jovens e só daqui a uns anos esta situação será visível na taxa de alfabetização de adultos.
Sendo, ainda, o IDH uma média nacional, esconde as desigualdades existentes, quer entre grupos sociais quer entre sexos, regiões ou etnias.
Apesar destas limitações, as informações que o IDH nos revela são esclarecedoras.
Países classificados como economias de baixo rendimento apresentam um IDH elevado (Jordânia e Vietname);
Países classificados como economias de rendimento baixo apresentam um IDH baixo (Guiné e Tanzânia);
A justificação é a seguinte:
No primeiro caso, houve uma forte mobilização dos recursos nos domínios da educação e da saúde;
No segundo caso, são países com economias dualistas e acentuadas assimetrias na repartição do rendimento.
Para responder a estas limitações é necessário que se observe o desenvolvimento humano conjugando-se o IDH com outros indicadores como o IDG (Índice de Desenvolvimento Ajustado ao Género) e o IPH (Índice de Pobreza Humana).
O Crescimento Económico Moderno
O crescimento económico constitui um meio para atingir o desenvolvimento. Tal facto torna o crescimento a base do hipotético desenvolvimento.
O moderno crescimento económico, de acordo com Simon Kuznets (prémio Nobel em 1971)), representa o aumento sustentado (a longo prazo) da produção, numa dada economia nacional. Esta tendência de crescimento da produção está, ou pode estar, relacionada com o crescimento demográfico (como na conquista do Oeste americano) ou com o aumento da produtividade do trabalho (por via da inovação, do espírito empreendedor ou do progresso técnico incorporado no investimento). Para além de se reconhecer que o crescimento económico moderno é mais intenso, temos de identificar a origem deste fenómeno e as fontes do mesmo.
O que determina o crescimento económico? Por que será que países como a Irlanda apresentam entre 1990/2002 taxas médias anuais de crescimento económico per capita de 6,8 %, enquanto outros, como Portugal, registaram taxas de 2,5 % ao ano? Maior investimento em capital provoca maior crescimento económico?

Indicadores


Países desenvolvidos e países em desenvolvimento

Subdesenvolvimento. Países desenvolvidos e países em desenvolvimento
Até à Revolução Industrial, os países apresentavam níveis de desenvolvimento idênticos desencadeados a partir de reduzidas taxas de crescimento da produção global. A partir da Revolução Industrial, constatamos que o mundo passou a ser constituído por duas realidades muito diferentes.
 Os países desenvolvidos: países de rendimento per capita elevado, reduzida taxa de mortalidade infantil, elevada esperança média de vida à nascença, boa alimentação, bons cuidados de saúde e elevados níveis de escolaridade;
 Os países em desenvolvimento (PVD ou PED): países com baixo rendimento per capita, elevada taxa de mortalidade infantil, reduzida esperança média de vida à nascença, alimentação deficiente em quantidade e variedade, reduzidos cuidados de saúde e baixas taxas de alfabetização.
A evolução da sociedade proporcionou o aparecimento destas duas realidades e a par da noção de desenvolvimento surgiu a noção de subdesenvolvimento. O subdesenvolvimento verifica-se em países com baixos rendimentos per capita, o que se reflecte numa deficiente alimentação, na saúde precária, na reduzida esperança de vida e nos fracos níveis de alfabetização. Nestes países, o nível de investimento na qualificação da população (no seu capital humano) é escasso e traduz-se em elevadas taxas de analfabetismo e reduzidas taxas de escolaridade combinada (ensinos primário, secundário e superior).
O subdesenvolvimento atinge hoje, parte dos continentes asiáticos e americano e o continente africano, três quartos da população mundial produzem, apenas, 20 % da produção mundial. Cerca de 60 % da população mundial vive em países de baixo rendimento e beneficia de 6,3 % do rendimento mundial, menos do que o PIB da França. A África Subsariana com uma população de 600 milhões de pessoas dispõe de aproximadamente metade do PIB do Estado do Texas, nos EUA.
A medida do desenvolvimento. Os indicadores
Função dos indicadores
Os países apresentam níveis de desenvolvimento diferentes, encontrando-se uns num nível mais elevado do que outros. Assim, há necessidade de conhecer essa diversidade de situações, de as medir e quantificar.
Os indicadores constituem o instrumento estatístico habitualmente utilizado na medição do desenvolvimento.
Dada a complexidade do desenvolvimento, um fenómeno multidimensional e plurifacetado, a escolha e utilização de indicadores não se apresenta tarefa fácil. Torna-se necessário o recurso a um conjunto diversificado de indicadores, quer de carácter quantitativo quer de carácter qualitativo, de forma a abarcar o maior número possível de elementos que possam transmitir a complexidade da realidade em causa. De facto, por si só nenhum indicador é suficiente para conhecer a realidade, apenas nos mostra uma pequena parte do todo social.
Os indicadores são, assim, meios importantes de conhecer a realidade, permitem tomar medidas de forma a melhorar a situação e a conhecer a evolução ao longo dos anos.
Tipos de indicadores
Habitualmente, utilizam-se na medição do desenvolvimento os seguintes tipos de indicadores:
 Indicadores simples: cobrindo os aspectos parcelares da realidade, aspectos socioculturais, políticos, económicos e demográficos. Cada um destes aspectos encontra-se interligado, havendo, por vezes dificuldade em separá-los;
 Indicadores compostos ou sintéticos: que incluem um certo número de indicadores simples que se consideram representativos. Atribuindo-se a cada um deles uma determinada ponderação.
São exemplos de indicadores sintéticos:
 O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), composto pelos indicadores esperança de vida à nascença, taxa de alfabetização de adultos, taxa de escolaridade combinada, PIB per capita em dólares PPC (paridade do poder de compra);
 O IPH (Índice de Pobreza Humana), que é calculado de forma diferente para os países desenvolvidos e para os países em desenvolvimento, pois o fenómeno da pobreza assume aspectos diferentes nestes dois conjuntos de países. O IPH1 mede a pobreza nos países em desenvolvimento, enquanto o IPH2 mede a pobreza nos países desenvolvidos;
 O IDG (Índice de Desenvolvimento Ajustado ao Género) mede as realizações nas mesmas dimensões e utiliza as mesmas variáveis que o IDH, mas tem em conta a desigualdade de realizações entre homens e mulheres;
 O MPG (Medida de Participação segundo o Género). Este indicador utiliza variáveis constituídas explicitamente para medir o poder de acção relativa a mulheres e a homens, no que respeita à actividade política e económica.
Os indicadores IDH, IDG e MPG apresentam valores entre 0 e 1: quanto mais próximo o valor se situa da unidade melhor a situação do país.