domingo, 8 de março de 2009

Países desenvolvidos e países em desenvolvimento

Subdesenvolvimento. Países desenvolvidos e países em desenvolvimento
Até à Revolução Industrial, os países apresentavam níveis de desenvolvimento idênticos desencadeados a partir de reduzidas taxas de crescimento da produção global. A partir da Revolução Industrial, constatamos que o mundo passou a ser constituído por duas realidades muito diferentes.
 Os países desenvolvidos: países de rendimento per capita elevado, reduzida taxa de mortalidade infantil, elevada esperança média de vida à nascença, boa alimentação, bons cuidados de saúde e elevados níveis de escolaridade;
 Os países em desenvolvimento (PVD ou PED): países com baixo rendimento per capita, elevada taxa de mortalidade infantil, reduzida esperança média de vida à nascença, alimentação deficiente em quantidade e variedade, reduzidos cuidados de saúde e baixas taxas de alfabetização.
A evolução da sociedade proporcionou o aparecimento destas duas realidades e a par da noção de desenvolvimento surgiu a noção de subdesenvolvimento. O subdesenvolvimento verifica-se em países com baixos rendimentos per capita, o que se reflecte numa deficiente alimentação, na saúde precária, na reduzida esperança de vida e nos fracos níveis de alfabetização. Nestes países, o nível de investimento na qualificação da população (no seu capital humano) é escasso e traduz-se em elevadas taxas de analfabetismo e reduzidas taxas de escolaridade combinada (ensinos primário, secundário e superior).
O subdesenvolvimento atinge hoje, parte dos continentes asiáticos e americano e o continente africano, três quartos da população mundial produzem, apenas, 20 % da produção mundial. Cerca de 60 % da população mundial vive em países de baixo rendimento e beneficia de 6,3 % do rendimento mundial, menos do que o PIB da França. A África Subsariana com uma população de 600 milhões de pessoas dispõe de aproximadamente metade do PIB do Estado do Texas, nos EUA.
A medida do desenvolvimento. Os indicadores
Função dos indicadores
Os países apresentam níveis de desenvolvimento diferentes, encontrando-se uns num nível mais elevado do que outros. Assim, há necessidade de conhecer essa diversidade de situações, de as medir e quantificar.
Os indicadores constituem o instrumento estatístico habitualmente utilizado na medição do desenvolvimento.
Dada a complexidade do desenvolvimento, um fenómeno multidimensional e plurifacetado, a escolha e utilização de indicadores não se apresenta tarefa fácil. Torna-se necessário o recurso a um conjunto diversificado de indicadores, quer de carácter quantitativo quer de carácter qualitativo, de forma a abarcar o maior número possível de elementos que possam transmitir a complexidade da realidade em causa. De facto, por si só nenhum indicador é suficiente para conhecer a realidade, apenas nos mostra uma pequena parte do todo social.
Os indicadores são, assim, meios importantes de conhecer a realidade, permitem tomar medidas de forma a melhorar a situação e a conhecer a evolução ao longo dos anos.
Tipos de indicadores
Habitualmente, utilizam-se na medição do desenvolvimento os seguintes tipos de indicadores:
 Indicadores simples: cobrindo os aspectos parcelares da realidade, aspectos socioculturais, políticos, económicos e demográficos. Cada um destes aspectos encontra-se interligado, havendo, por vezes dificuldade em separá-los;
 Indicadores compostos ou sintéticos: que incluem um certo número de indicadores simples que se consideram representativos. Atribuindo-se a cada um deles uma determinada ponderação.
São exemplos de indicadores sintéticos:
 O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), composto pelos indicadores esperança de vida à nascença, taxa de alfabetização de adultos, taxa de escolaridade combinada, PIB per capita em dólares PPC (paridade do poder de compra);
 O IPH (Índice de Pobreza Humana), que é calculado de forma diferente para os países desenvolvidos e para os países em desenvolvimento, pois o fenómeno da pobreza assume aspectos diferentes nestes dois conjuntos de países. O IPH1 mede a pobreza nos países em desenvolvimento, enquanto o IPH2 mede a pobreza nos países desenvolvidos;
 O IDG (Índice de Desenvolvimento Ajustado ao Género) mede as realizações nas mesmas dimensões e utiliza as mesmas variáveis que o IDH, mas tem em conta a desigualdade de realizações entre homens e mulheres;
 O MPG (Medida de Participação segundo o Género). Este indicador utiliza variáveis constituídas explicitamente para medir o poder de acção relativa a mulheres e a homens, no que respeita à actividade política e económica.
Os indicadores IDH, IDG e MPG apresentam valores entre 0 e 1: quanto mais próximo o valor se situa da unidade melhor a situação do país.

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